terça-feira, 5 de janeiro de 2010

HOMEM DO FUNANÁ


"Nka ta bai ribeira ki ten agu tcheu... camaron ta morden". Neste gesto caboverdeano bem típico(Homenagear as pessoas só depois de estar morto), vim prestar a minha homenagem ao HOMEM DO FUNANÁ. Se calhar sou bastante jovem para falar do Codé di Dona mas para falar em gosto e a paixão pelo funaná, ninguém vai tirar-me esse direito. Funaná, o genuíno com ferro e gaita, não Kudum-kundun(desculpa Kidi"Duku dja bem", os promotores dos Verões 200n e outros psedo-artistas que não faltam em Cabo Verde), só pode ser obra de Deus ou Diabo "pa liga sangui -l kenti briu di alma".

Se uns reclamam a morna como o património imaterial da UNESCO porque a sua nostalgia mexe com qualquer caboverdeano, digo desde já que o funaná, também tem esse direito porque o caboverdeano que ouve o funaná e não conseguir mexer o seu corpo ou a sua alma, tem que procurar um médico imediatamente porque está gravemente doente ou perdeu a sua identidade.

"O homem é a medida de todas as coisas", principalmente na questão do gosto, num bom crioulo, é "sima kadera pamodi kada un ku di sel". Não é verdade?

Bem, como um "bom" cristão não vou questionar a "obra di Deus" mas o certo é que a nossa cultura não me ensinou a "konforta ku morti", aliás, ensinou-me a não aceitar a obra da natureza.

Valeu a pena a tua passagem neste planeta, Cabo Verde e a nossa cultura tiveram a sorte mas tu, também, tiveste a sorte de ser filho de Cabo Verde e da nossa Cultura.

Assim como os outros cristão, pecaste(?) ao dizer:

"Son Dumingus dja kaba, fika só nbatxi ku boka ratu"

São Domingos ficou com saudades tua!

Imagem: aki

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