Crónica Azeda

Mandabocálise Política – José Maria Neves

Bem, hoje vou fazer um mandabocálise do nosso primeiro-ministro(PM), o homem charmoso como o José Sócrates e “um dos melhores políticos africanos” como foi caracterizado na “Blog Esfera” e fóruns dos jornais berdeana, o que mostra claramente os limites da nossa visão e que, apesar dos pesares Portugal continua a ser ídolo de Cabo Verde. Podem sacrificar, esfolar, cozinhar e deixar um pedaço do Mário Soares - a sua afirmação que, não como e em que contexto foi proferida, o certo é que passou os 35 anos da independência não temos nenhuma autonomia económica, política onde andamos a dar foguetes por causa dos pacotes do MCA entre outras ajudas -, que vou fazer o mesmo.

Hehehe, se o homem é charmoso ou não, não me interessa(não por ciumes, é que não sou um apreciador destas qualidades do homem), mas “um dos melhores políticos africanos”, questiono os critérios utilizados porque tirando o Protágoras de lado, só vejo uma única saída: o amadorismo caboverdeana. Reconheço no JMN a qualidade de um bom comunicador e simpatia nos discursos, o que não chega para ser um bom político ou um dos melhores. Precisamos de boas acções! Sim, quando o discurso do PM não passa de “estórias-estórias”, dos óbvios – o mínimo esperado de um PM – e as citações dos poemas( com um especial destaque ao Ovídio Martins), quem nunca leu estes livros ou que não conhece além da realidade sensorial, certamente, fica muito excitado com os excertos dos versos dos poemas. Os discursos de “strela na nôs bandera”, “estamos a trabalhar com os EUA”, “Parceria Especial” ou “Hoje não somos os flagelados do Vento Leste mas sim PDM”, estão mais do que ultrapassados.

Com tantos ministros, ministras, gestores, directores e vices, continuamos com os mesmos problemas de insegurança, energias, saúde, saneamento básico educação etc. Continuamos com os problemas da sustentabilidade que, infelizmente Cabo Verde viu desde de 1462, quando começou os primeiros processos de povoação. A nossa república não conheceu nenhum governo ou político que promoveu a sustentabilidade do nosso desenvolvimento.
Com esta mandabocálise, quero dizer que há-de nascer, ou melhor, Cabo Verde há-de ser governado por um bom ou melhor. Dia que percebemos a nossa insignificância no mundo e que deixemos as nossas bazofiarias para trabalhar a sério, Cabo Verde dará o seu primeiro passo rumo ao desenvolvimento.
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