sexta-feira, 27 de maio de 2011

Bocas

a) Parece que a democracia, hoje em dia, anda muito distorcida do seu conceito inicial. É claro que uma coisa não serve para justificar outra mas vendo o que aconteceu em Barcelona, é caso para dizer que os polítcos da actualidade são uns autênticos cabrões. Num episódio do Blood Diamond, o chefe dos rebeldes corta a mão às populações por ser a mão a votar, isto para dizer que, simbolicamente, todos deviam "auto-cortar" a sua mão para manifestar contra esta espécie de pseudo-democracia, ou seja, não votar. Hoje em dia, votar significa assinar um contrato de 4 anos que dá liberdade a um indivíduo e a sua crew para fazer desmandos que limita, formata, embrutece e explora a população. Vejam o caso actual de Portugal, sem querer meter o bico na política de um país que não é meu, não consigo deixar de pensar que a população deste país é representado por uma elite que não merece o tal estatuto. Não estou a falar de cor, falo das pessoas que estão matar-se todos os dias no trabalho como as trolhas, pescadores, pequenos comerciantes, agricultores entre outros para depois verem os seus ordenados despedaçados para alimentar um sistema que só favorece uma pequena franja da população, ou seja, a elite;

b) Não muito diferente, o sistema soma e segue alastrando por todo Cabo Verde(CV). Não me admiro que maioria das pessoas que tecem elogios à governação caboverdeana são aqueles que alimentam e beneficiam directamente do sistema, ao fim ao cabo, adoramos ser melhor dos piores, esquecendo muitas vezes de uns pormenores: 1) não se pode comparar CV com nenhum outro país africano pela sua geografia, demografia, mineralogia, política etc, ou seja, se o cenário mundial fosse futebol, somos, ainda, uma equipa do campeonato distrital de CV enquanto, por exemplo Costa de Marfim ou Líbia, são equipas da primeira divisão do campeonato brasileiro ou europeu. Percebem o que quero dizer? 2) é fácil governar 40 mil pessoas do que 1, 2, 3 ou 16 milhões de pessoas, razões pela qual a eficiência resulta de muitos factores; 3) tendo em conta tudo o que somos, se "descometizamos" a nossa sociedade ou se tirarmos os óculos 3D para vermos o Avatar que se espelha na nossa sociedade, ainda, sentimos um bafo fédi ou a tela um pouco turva; 4) dizer que a nossa diplomacia é boa é como dizer que a Joana é linda porque tem boas tetas. Pergunto, cá fora, o quê que fazem os nossos deplomatas? Em quê que trabalharam com outros países para melhorar representação do Zé Povinho? Alguém que me mostre ou dê exemplos concretos! Sabemos muito bem ir ao reboque dos outros países, nomeadamente, os outros PALOP e CPLP. Um exemplo é o Caso Mantorras. O Arnaldo Andrade enquanto embaixador em Lisboa foi muito explícito, o objectivo era canalizar ajudas para CV. Sabem como estão os nossos imigrantes cá em Lisboa e Porto?

c) Falam de tráficos humanos que "os casos de exploração laboral estão sobretudo ligados ao sector da agricultura e da construção civil" ou da exploração sexual. A melhor empresa pornográfica e sem fim lucrativos de Portugal está directamente ligada ao Ministério da Administração Interna e fazem tráficos humanos por consequência das suas estruturas altamente burocráticas, estou a falar do SEF;

d) Não conheço as razoes por dentro mas não deixa de ser lamentável as mortes de "José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo" no Brasil. Por exemplo, eu sou contra a extracção de areias nas praias de Cabo Verde mas não condeno as pessoas que fazem essa prática.

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