terça-feira, 18 de outubro de 2011

Politicamente Correcto

A partir de hoje, a pedido de uma pessoa muito querida, o mrvadaz vai tentar adoptar a norma do "politicamente correcto", evitando o uso de certas palavras tanto pelo seu editor ao pé de uma máquina de café como aqui neste espaço.

Hoje não quero azucrinar-vos a dizer que o cabo-verdiano adora os finados e todos aqueles nossos entes queridos que que morrem passam automaticamente a ser santos. Queria apenas deixar-vos aqui algumas notas:

a) Fico muitas vezes a pensar nas diferentes formas que a escravatura moderna hoje se manifesta. Além do óbvio, fico muitas vezes a pensar naquela frase do Princezito: "nka sabe se é mi ki é bakan ou se é stória ki sta mal contado". Prefiro acreditar na primeira hipótese, ou seja, que sou um bakan(babaca) e vou lutar imensamente para entrar no sistema e viver a vida dos comuns. Na pior das hipóteses, esquecendo a existência da democracia, vou admitir a segunda hipótese e viver frustrado com a capacidade do homem e ser hipócrita e mentir a si mesmo;

b) Àqueles estudantes cabo-verdianos que estão a viver em Portugal, deixo uma alerta: atenção*! O mundo é como é e não está salvo da ganância dos homens. Li algures por aí na net que a pior coisa que acontece é "deixarmos ser guiados" por um grupo pequeno como se fóssemos ovelhas. Ai se eu fosse livre!

c) Certas atitudes mostram que Darwin, de certa forma, estava totalmente certo com a sua teoria. Não se trata da selecção natural mas sim da adaptação situacional e das posições económicas que situa cada um dos países. Entendo que um pode ser bon vivant em França e ao mesmo tempo lobo mau em Cabo Verde. O mundo é assim. Basta ver a reação nos jornais portugueses quando se trata de um roubo, assalto ou outros crimes. Sem se saber quem é o culpado, a resposta está na ponta da língua: os culpados são os pretos, brazucas, ucranianos e outros imigrantes. Mas isso acontece só em Portugal? É claro que não, em CV temos os manjacos para servir de saco de pancada. Se bem que na terra da morabeza, os pricipais criminosos são as indígenas e nem é preciso ser um expert em matemática;

d) Ao contrário do Allen Halloween, não quero que nasçam mais "Floribelas e Morangos na campa do Salazar", quero sim, aquele "mundo novo(do Allen)" onde todos podem e devem dizer qualquer coisa sem nenhuma censura ou auto-censura;

P.S. Alguém disse-me ontem que o meu problema é justamente pensar muito. Nem vou contextualizar a frase aqui mas como se costuma dizer na minha aldeia, "dentu di alguém alguém".

*A ser desenvolvido num post próprio.
Links: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7.

2 comentários:

  1. Nha broda forti post sabi. Olha que a nossa tertulia vai ser pa semana... enchemos de gás e matéria para debatermos em tertuliacrioula do Porto, cidade da minha vida, depois da Praia.
    Abraço amigo. Nome não vou dizer. Eternamente Mrvadaz.

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  2. O que digo é que as tuas duas hipóteses (quer dizer o do Princezito,)estão certas. Agora depende do gosto e da disponibilidade de cada um. Pois bem se sabe que uns preferem ser bacans e caôlhos e outros preferem desculpar-se que a história sta mal contado. Ser-se politicamente correcto, serás tu e qualquer um no seu local de trabalho, se não fores esse "livre" que dizes aí. Mas alguém a pedir-te que meças a palavra quando falas no seu blog? Ah isso não. Manda-o é para o raio que o parta a ver se ele encontra o Senhor politicamente correcto por lá e fazzem um acordo.
    ABC

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