quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Poeta (I)

Através de um amigo e colega, Décio(um grande abraço bro!), descobri um poeta cabo-verdiano desconhecido dos midias. Poeta este é o Cândido Carvalho. Ainda não tive tempo de ler a obra completa mas, dos onze poemas que já li, ficou a ideia de um poeta cabo-verdiano, convicto de uma vida intensa com as diferentes solavancos que dela provêm, entre eles, "o amar-te em banho-maria".

Como já li algures numa crítica sociológica, temos ou não temos o poetas e não se pode ter um poeta mais do que outro. Creio que, seguramente, estamos perante um poeta cabo-verdiano, Cândido Carvalho.

Fica aqui registado o terceiro poema, Razão, do livro "Expressão de um crioulo" da edição do Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, de Fevereiro de 2004, página 13.

Razão

E rir da Razão e sua vilania.
Prevaricar à última ceia.
Nascer, crescer e viver por teimosia.

Amor destilado em ódio.
Alegria na gaiola dos proto-pássaros.
Até o amar-te em banho-maria.

Democracia em linha ditadura.
Olhos que medram caminhos.
E a fruta seja ela proibida.

Sofrer como uma negação.
Sendo este sol ambiguidade.
Ou solfejo idiota, quase melodia.

E o homem poder ser poesia.
Fingir a dor do Poeta.
Expulso ulterior do Paraíso.

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