domingo, 17 de junho de 2012

Ella

Pensei que era a Nela
Mas afinal era Ella - um olhar!
Olhar sereno, jeito sensual
Que desconstrói toda a atenção dos deuses masoquistas
Que deliciam das fraquezas humanas.
Era Ella muito diferente, mesmo igual é diferente.
Ella não é atraente, é serpente que enganou Eva e tramou Adão.

Ella é diferente e hipnotizante,
Não consigo vê-la a leccionar,
Cuidar dos doentes, dos filhos ou costurar.
Seus lábios é broche,
As mãos têm unhas afiadas como a águia
Que só podem ser compreendidas
Se trespassasse as costas nuas
Ou, num mundo ao contrário, enfiasses o nariz
Na crosta odorante e snifasses toda a hormona
Que fraga aquele corpo do diabo.
Ela é mesmo a obra do diabo - só pode ser!
Deus é muito monótono.

Ella não se explica:
Ella é a carne para devorar-se crua
É o corpo para se morder nua aos bocados,
É a maria mulher cheio de graça,
A minha desgraça.
Ella é descrença,
O corpo, o sangue e a eterna aliança.

Ella escapou do sonho feito mulher,
O nó que centra as emoções e dispara tesões.

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