Eu não tenho saudades de estar só
Nem das noites de conversas
Com ouvidos aquecidos
Num pranto que não planto
Debaixo de um manto que não tampo
Circunstancialmente - o vazio!
Eu não mando no tempo, nem na chuva:
Que a flash dispare e chova areia
No meu árido estômago que digere o nada!
Aqui estou, estou em baixo mas não estou só:
Tem aqui vermes, tem porcos, tem lixos e bichos.
Acredites, não estou só, tenho a solidão
E nem tenho saudades dela.
(Um pequeno nó na garganta e uma gargalhada!)
Nem Deus, nem pau, nem pedras lembraram-se
Da última noite que o diabo passou aqui
E caguei-me em saber onde ele está,
Se chegar a minha hora, não vacilo, vou-me embora,
Se não chegar, aqui estou, não estou só,
A natureza garante-me um lugar.