Já que a imprensa portuguesa não quer largar o osso(e com muita razão), também aqui não vou largar o osso até a última raíz dos dentes. Que fique bem claro que a maioria dos cabo-verdianos só sabem revoltar com tretas e postar os RIP's no Facebook, sendo maioria delas pertencentes a entes que se encontram a léguas deles.
Eu sabia que cedo ou mais tarde, viria um advogado do diabo a público a defender o juiz que tomou uma medida surreal aos olhos da constituição de um país democrático. Qualquer um, nem é preciso estudar e isso é quase instintivo, sabe que uma últimas coisas que se deve fazer nesta vida é tirar um filho à sua mãe. Espanta-me leveza com que os portugueses(com a devida excepção!) a tratar o assunto; andam mais preocupados com os "pretos burros" que vivem das migalhas da Segurança Social do que com os ladrões "brancos inteligentes" que andam a afundar o país, inclusive muitos deles com os bancos e empresas off shore em Cabo Verde que é o país onde estão a mandar Liliana para regressar.
Conto-vos uma pequena história:
Há dois anos e meio, juntamente com os meus colegas de um grupo português, fomos fazer o voluntariado num centro de acolhimento de crianças. Fica aqui mesmo nos arredores do Porto. São centenas de crianças com idades compreendidas entre 0 e 17 anos de idade. A maioria delas são crianças abandonadas pelas mães portuguesas por não terem condições, por criança ter alguma deficiência e outras que não se sabe a história simplesmente porque foram encontradas no lixo.
A única excepção ali era um grupo de quatro irmãos de origem africanos(três rapazes e uma rapariga) que aguardavam a disputa da guarda dos filhos entre os pais no tribunal. Ali as crianças estão alegres, a brincar, sorrir, acompanhadas..., essas alegrias contagiam. A única coisa que lhes faltam, se calhar, é alguém a quem elas possam chamar: mamã ou papá.
Vendo aquela situação, pus-me a pensar: como é possível um ser humano ser tão cruel ao ponto de deitar o próprio filho no lixo? Uma criança deficiente não tem direito à vida? Não estão a dar mais custos ao Estado Português ali do que se estivessem com as próprias mães? Ainda hoje lembro-me daquelas crianças e fico um pouco angustiado.
Dito isto, a meu ver, um filho é um filho e ele não pode ser visto só de ponto de vista material. Sou totalmente contra a decisão desse juiz. A Liliana devia e deve ser acompanhado de uma outra forma, com vista a ter um melhor planeamento familiar, tendo em conta a sua cultura religiosa. Dar as crianças para a adopção não é a solução, muito menos ainda obrigar mãe a mutilar-se.
Se pensam que são os vossos dinheiros que estão em jogo, meus caros, vocês deviam estar muito mais preocupados com as PPP's, BPN, Oliveira e Costa entre outros. Esses sim, tiram muito dinheiro dos vossos bolsos. Mais do que aqueles dinheiros que a Isabel dos Santos está a usar para comprar acções aqui nas vossas empresas.
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Bom dia
ResponderEliminarGostei de ler este artigo que é um grito nesta actualidade mundial mas sobretudo regional.
As crianças não são lixo.
As mulheres não são fábricas de crianças.
Não será correcto mutilar uma mulher se ela o não pretende mas será obrigatório ensiná-la a dar-se aos filhos que tiver não os vendendo como mercadoria nem os obrigando aos campos da fome e da miséria. Este é um assunto muito sério.
Boa noite Luís,
EliminarObrigado e sejas bem-vindo ao meu cantinho! Abraço