domingo, 15 de outubro de 2017

Ulisses, uma fraude?


Já não me recordo bem o porquê mas não acompanhei de perto as últimas eleições legislativas em Cabo Verde. O certo é que, um pouco antes, estive lá e vi o trabalho, que considero bastante satisfatório, do Ulisses enquanto autarca da capital do país. Por outro lado, das conversas e observações que fiz, concluí que no ar pairava um certo desejo de mudança no seio da população cabo-verdiana. De certa forma, é preciso frisar, o povo das ilhas já estava cansado da governação do PAICV, durante os quinze anos e, confesso, também achei que já estava na hora de novas políticas e ideias para o arquipélago.

Aconteceu que se confirmaram as minhas observações e o Ulisses foi eleito primeiro ministro com a  maioria absoluta. Ao se apresentar como "ser e fazer diferente", diz-se ser alguém capaz de faze feliz a população cabo-verdiana - música para os ouvidos das pessoas cansadas da criminalidade, desemprego e crise económica. Com promessas de regionalização - os mindelenses pirararam com a ideia! -, o imediato resolução dos problemas dos TACV, do emprego, do crescimento e o Chã das Caldeiras, Ulisses parecia ter aquela bara condon di fitisera de Achada Baleia para resolver os problemas. Já dizia o meu amigo, há um oceano que separa calcetar uma praceta e governar uma nação.

De todas as promessas feitas, Ulisses não conseguiu resolver um único problema e, muito pelo contrário, revelou ser um excelente político suicida: agrava esses problemas e implica o governo directamente nesses processos, com uma grande onda de opinião pública negativa.

Foram com a TACV, o caso Monte Tchota, o Chã das Caldeiras, supressão unilateral do visto a cidadãos oriundos da UE, TCV/Inforpress e o troculento ministro, Abraão Vicente, da cultura e indústria criativa, o caso de apoia a Israel na ONU, os famosos manuais escolares e por aí fora. O quê que mais falta acontecer para o Ulisses dizer "epah, demito-me porque não sou talhado para isto"?

Numa das conversas, um dia, esse mesmo amigo meu disse-me que o Ulisses é uma autêntica fraude. Achei um pouco insultuoso e exagerado mas a verdade é que o tempo não está a fazer-lhe desmentir ao meu amigo, paradoxalmente está a reforçar a posição dele.

Se se mantiver esse caminho, tenho sérias dúvidas que o Ulisses e o MpD terão um segundo mandato em Cabo Verde.

Veremos!

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