quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Crónica Azeda

Do bairrismo à irresponsabilidade das autarquias


“Um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar”, isto para dizer que o caboverdeano devia ter vergonha na cara para acabar de uma vez por toda com o seu bairrismo ou, pelo menos deixar estas questões dentro de Cabo Verde, não estou a generalizar, é claro que cabe a cada um de nós ser um douta ignorante para dar os primeiros passos rumo à libertação. É lamentável ouvir um estudante caboverdeano a afirmar que a Dengue entrou em Cabo Verde por culpa dos badius que são porcos ou um outro caboverdeano a dizer que os assaltos provocados na Cidade Invicta foram feitos pelos estudantes do interior da Ilha de Santiago.

Uma amiga minha foi à esquadra policial do Porto para reconhecer se foram os indivíduos que estavam ali que lhe tinham roubado o seu portátil à saída da faculdade, pela sua surpresa o comandante estava a apelidar os africanos, caboverdeanos(obviamente), pretos em gerais de vários adjectivos desagradáveis, só porque alguns caboverdeanos e angolanos foram presos por terem praticados alguns assaltos na Cidade Invicta. O que o comandante não sabia é que a minha amiga é caboverdeana e que é muito feio um agente da autoridade ser um racista e ignorante por excelência. Aqui, não importa de que ilha és, basta teres um passaporte com a “República de Cabo Verde”, para seres caboverdeano como qualquer outro existente por aí, não importa se estás do lado dos portugueses ou dos caboverdeanos, és mais um preto intruso nesta cidade, portanto, não vale a pena apontar os dedos para outros os caboverdeanos mas sim fazer a tua parte para não denegrir ainda mais as nossas imagens.

O governo continua a pecar gravemente na política da educação, não sou contra os cursos profissionais, continuo por perceber as competências que as autarquias de Cabo Verde têm para enviar os estudantes para outras cidades para fazerem os cursos profissionais ou simplesmente para ajudar as autarquias portuguesas a beneficiarem do Fundo Europeu para o Desenvolvimento. Eles ganham, nós estamos cada dia a perder muito mais do que aquilo que imaginamos. Continuo a perguntar, Cabo Verde tem jornalistas ou um cambada de estúpidos que servem só para fazer as propagandas políticas? Porque se um jornalista tiver a coragem e fazer uma reportagem da situação dos estudantes aqui em Portugal, haveria alguma responsabilidade por parte das autarquias ou simplesmente o governo responsabilizava-os directamente nessas deslocações.

Comentário: Acho que o embaixador está a par dos problemas mas não sabe solucionar os problemas. Como ele disse, "Nós achamos, os da formação profissional, temos que discutir bem a situação, porque eu já disse isso e penso que os estudantes não podem ser enviados para Portugal como se mandava gente para S.Tomé antigamente, isto é, sem nenhuma preparação...", "As câmaras municipais são as principais emissoras(...), e a parte portuguesa, as câmaras municipais que têm geminações com câmaras de Cabo Verde(...). Escolas profissionais aqui em Portugal que recrutam gente(estudantes) em Cabo Verde" Pior cego é aquele que não quer ver, o vídeo em cima só vem confirmar o que tinha dito em 2007.

3 comentários:

  1. Cuidado rapaz que ainda te vao chamar racista contra o portugues branco! Tu ja me leste sobre estas questoes pelo que nao vale a pena eu escrever mais. Estou plenamente de acordo com o que escreves, mas infelizmente o carnaval vai continuar e vao continuar a achar que aquele que denuncia o racismo é que é racista.

    Al Binda

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  2. Oh Anonimo ja te passei umas liçoes de casa no post sobre Descartes; Tens la mais matéria para o ponto da proxima semana..

    Al Binda

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  3. Caro Al Binda,

    Com certeza não vão chamar-me racista porque não sou e mesmo que chamarem não vou dar trela, vivo em Portugal e convivo com os portugueses todos os dias, portanto, não tenho como ser racista.

    Um particular, podemos até não gramar os pulas mas são eles a nossa porta de entrada na Europa, em poucos ou nenhum país do mundo temos tantas facilidades como aqui em Portugal;)

    Abraço

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