quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mensagem

Acordei de manhã nem conseguia ver o sol, voltei para WC, lavei a cara para ver se conseguia enxergar atrás da Quinta do Covelo. A negritude do tronco das árvores e o verde das folhas anunciaram que estava a caminho aquilo que existia mas que, teimosamente, recusava acreditar, dei comigo a pensar:

Voa a passarinha, a linda.
Tens o mundo na tua mão
Mas eu sou um bicho difícil de domar,
O veneno das centopeias que comes,
O pesadelo nos teus sonhos,
E ruído para as tuas cantigas.

Voa passarinha, a linda.
Tens os ganchos da papaeira,
Não queiras sentar no espinho-branco
Seco, fantasmagórico e cheio de pó
Que poderá causar a pus nas tuas asas!

Voa passarinha, a linda.
para o jardim das roseiras,
Não respires a maresia que habita em mim!
La encontras o teu berlindes, aquele que tu adoras!
As conchas que atormentaram a tua alma,
Os cortadores das ervas daninhas,
Que tanto se ofereceram para ti.
Terás a certeza e a tua alma -de ninar,
Poderá ninar no pedregal do jardim!

Voa passarinha, a linda.
Não me queiras encontrar
Nem eu sei onde estou mas sinto.
Não tentes quebrar o teu silêncio
Neste dinamite de amargura e sofrimento,
Nem tentes trazer o gelo
Para a cratera em actividades.

Voa passarinha, a linda.
Tens o mundo na tua mão.
Não te esqueças de poisar para o ninho
Porque o ovo que quebraste
Jamais incubará.

mrvadaz

Sem comentários:

Enviar um comentário