terça-feira, 27 de setembro de 2011

Alupekando

"É pa mi un grandi ónra partisipa na Asenbleia-Jeral di Nasons Unidu y un grandi priviléjiu pode saúda nhos tudu, na nómi di Povu y di Govérnu di Kabuverdi. N sa ta diriji pa nhos na língua kabuverdianu, na Kriolu di Kabuverdi.

N ta pensa ma é purmeru bês ki, na Asenbleia di Nasons Unidu, sa ta komunikadu na Kriolu di Kabuverdi, y N sa ta fase-l pa partilha ku nhos es jenuínu patrimóniu di Umanidadi, ki nase na prinsípiu di séklu XV, y ki di akordu ku alguns linguísta y storiador, el é kriolu más antigu, di formason euro-afrikanu, na kontestu atlántiku". Mais aqui.


Manda boka: Acho que todos amam o crioulo, apesar de viver em Portugal, falo essencialmente o crioulo no meu dia-a-dia com os caboverdeanos. Entendo que devemos oficializá-lo mas de uma forma natural e tenho a certeza absoluta que muitos caboverdeanos precisaria intérpretes(hiporbolizando) para perceber este discurso que não é mais nem menos que o crioulo de Santiago, ou seja, não basta querer, há trabalhos árduos que devem ser feitos.

Por outro lado, acho que o Zémas descobriu o remédio santo para recuperar a sua popularidade que está em queda livre. Não é por acaso que o Marsianu Nha Ida Padri Nikulau Ferera veio com o seu "ratu ka ta rue, el ta ñhanhi".

Não gosto nada da violência simbólica que estamos sujeitos pela imposição do ALUPEC, quer decretado, quer pelas violências da comunicação social, nomeadamente, televisão pública e jornais.

Para mim, o mais importante é saber se aquilo que está escrito em crioulo(podia estar escrito em português, inglês ou francês) tem alguma substância vitais da nossa sociedade ou algum esqueletos daqueles que "aprender com as cabras a comer pedras para não perecer" mas não, está em crioulo; ele fez história; se calhar, é o primeiro africano a fazer isso etc, etc.

5 comentários:

  1. Amigo, estou de acordo no ponto de relançar a popularidade e achei bem o Zemas ter falado em crioulo. Tem um poder simbólico interno em certa facção. Nada mais do que isso. Claramente um discurso interno (que poderá trazer problemas) mas, ao contrário dos outros, teve coragem para isso. Nada de mais.

    Agora: que muita gente (entende-se cabo-verdianos)irá precisar de um intérprete é no mínimo exagerado. Estive há dois anos na Janela, Santo Antão, e nem eu nem os de lá precisou de qualquer intérprete... e vir aqui associar violência simbólica com ALUPEC... bem, há coisas que não merecem comentários. E Bourdieu deve ter dado uma volta no caixão com essa afirmação. Mas linguistas e socio-linguístas são os outros.

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  2. Redy,

    Ainda bem que percebeste o exagero. Lamento ter feito o Bourdieu dar àquelas voltas na cova, uma associação infeliz, mas fiz;)

    Thanks pela dica!

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  3. Será que o pessoal da tradução simultânea aprendeu ALUOPEC de um dia para o outro?
    Creio que o discurso foi uma operação de charme a pensar em C.Verde e não das Nações Unidas...
    Zito Azevedo

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  4. Zito Azevedo,

    Creio que não, acho que, provavelmente, houve um tradutor do crioulo para inglês e depois para outras línguas do trabalho nas NU.

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