quinta-feira, 5 de julho de 2012

5 de Julho de 2012

Hoje é dia 5 de Julho de 2012, significa que já passaram 37 anos da nossa independência e é, sem dúvida, um dia para homenagear aqueles que lutaram para o efeito e reflectir um pouco. Obviamente estamos todos orgulhosos e de parabéns! 

Em vez de limitarmos a partilhar a nossa bandeira e o nosso hino no Facebook ou armar-nos em patriotas de meia tigela, seria bom reflectirmos um pouco sobre este dia e pensar no quê que enquanto cidadão cabo-verdiano podemos fazer.

Se analisarmos, embora com muita deficiência porque não conhecemos a nossa história, de certa forma, podemos dizer que ganhamos com a independência - estou a falar da situação humana que vivia Cabo Verde e ex-colónias. Algumas dúvidas persistem hoje em dia, a começar pela Luta da Independência e da Liberdade da Pátria.

Passado os 37 anos:

 a) ninguém conhece verdadeiramente o Amílcar Cabral os seu propósitos. Ficamos pelas histórias ideológicas e partidárias contadas pelos companheiros da luta, salvo algumas excepções mas com pontas soltas e parece que ninguém está interessado em amarrá-las;

 b) ninguém sabe o que pensava os caboverdeanos antes que a vontade do PAIGC fosse imposta ao Povo - depois deu no que deu;

 c) muitos de cabo-verdianos vivem na pobreza extrema e são obrigados a emigrar para fugir à pobreza, estudar, formar etc;

 d) muitos cabo-verdianos estão à mercê da sorte por este mundo fora;

 e) o nível de amadorismo com que o país é governado e a sociedade construída é gritante.

Agora pergunto: independência para ser independente ou independência para construir de forma responsável uma nação? Estaríamos pior ou melhor sem a independência?
[Imagem]

4 comentários:

  1. À pergunta com que finaliza o texto ninguem jámais conseguirá responder mas, o simples facto de ela ser formulada já levanta questões que talvez fosse interessante aprofundar...De qualquer forma, será à sombra dessa dúvida que C.Verde terá que construír o seu futuro para, daqui a 100 anos, poder-se dizer: valeu a pena!
    Um abraço de irmão

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    1. Olá Zito,

      É que, em certos momentos, faço estas perguntas. A verdade é que passado 37 anos, a elite política orgulha dos imigrantes muitos maltratado e abandonados que fogem do país para não morrer à fome e que lhes enche a pança, mas, pelos vistos, pouco ou nada estão a fazer para esses imigrantes.

      Quero dizer que valeu a pena mas a outra verdade é que, se analisarmos lá no fundo, verificamos que a independência foi mal projectada ou a malta anda a durmir.

      "Não é por esta liberdade que [Amílcar] Cabral morreu!" - Allen Halloween no Árvore Kriminals

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    2. Se Cabral foi o estadista e o humanista que que se pretende passar com uma aura quáse mística de perfeição, deve, certamente, rebolar-se de raiva na sua tumba pelo que os seus irmãos guineenses estão fazendo com a liberdade pela qual ele terá lutado e morrido, chorando a sua desolação pelo caos politico e fnanceiro que os seus discipulos semearam numa terra que, sendo pátria de muitos parece ser praça-forte de, apenas, ums poucos oportunistas, marechais de opera-bufa que nada vêm para lá da sua miopia doutrinária...Ou aprenderam mal ou foram mal ensinados!

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  2. Cá por mim o gajo não é bem aquele que nos contaram e, por isso, reivindiquei uma história "verdadeiramente [d]o Amílcar Cabral os seu propósitos" para não ficarmos pelas " histórias ideológicas e partidárias contadas pelos companheiros da luta".

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