quarta-feira, 17 de abril de 2013

Logo


Logo,
Depois do sol, depois das melodias
Depois de todas as incertezas e esperanças,
Lá vem de novo outra vez, outras insiguinificâncias...

Quem ti conhece, conhece o mar:
Distingue as diferenças entre os teus barulhos
E as tuas transparentes águas constituintes

Como o deserto do meu peito,
A solidão é dura demais para cantar
Nos escuros versos castrenses expelidos
Que em nada vedam o frágil coração permeável:
Solidão, solidão, solidão outra vez!

Não desdenhes estas palavras
Porque não falo nenhuma heresia,
Tu bem sabes,
O sexo não cura a dor do amor que sentes
Por mais quente que a noite seja
A bebida não afoga as mágoas
Por mais forte que seja o álcool,
Passam as noites, chegam os dias
Voltas p'ra ti mesmo
Sangra a mesma dor da solidão
Magoa-te as mesmas feridas.

Uma espécie de terapia colectiva
Que alguns enganam,
Também sabes,
Ninguém é mais alguém
Por dizer que é alguém
Nem menos
Por não dizê-lo.

Créditos: Cartola - O Mundo é um Moinho; imagem.

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