quarta-feira, 9 de abril de 2014

Introdução ao Paladar Musical


É urgente a existência da  disciplina "Introdução ao Paladar Musical", com métodos rigorosos, para a sociedade cabo-verdiana.

Ainda custa-me, apesar dos exercícios e toda a actividade de mau gosto, acreditar que o Zé Espanhol(ZE) é um best com direito a prémio e homenagem, justamente num país que tem a fama de ter boa música. Pior ainda é que já ouvi elogios à "boa música" do ZE da boca de muita boa gente que se diz ser apreciadora de boa música que temos e não só, entre elas as músicas do Bulimundo e os Tubarões. Agora, eu é que vou chupar limão por causa disso? Não. Minha gente, isso não é gosto! Isso é incoerência!!!

Incoerência que não tem por onde se pegar. Até a Bíblia, no livro de Mateus 6:24, diz: Não podeis servir a Deus e a Mamom. Nada de sacralizar a realidade para tentar explicar as coisas, só para dizer que se o Catchás soubesse que ao electrizar o Funaná teríamos hoje um Zé Espanhol e companhia limitada, com certeza ele teria queimado a sua guitarra. Sabem porquê que digo isso? O melhor é ler o texto dele no Expresso das Ilhas e tirem as vossas conclusões. 

O Funaná foi e está hoje desviado da sua essência. Não há volta a dar e ponto final. Atrevo-me a dizer que o Kid é o principal responsável pela sua democratização e o seu estado actual.

Eu sei que a maioria dos cabo-verdianos estão a marimbar para o que digo sobre o ZE porque ele conjuga quase tudo o que nos personaliza, mas o tempo dar-me-á razão. E tenho certeza disso.

Enquanto isso, o que interessa é um beat: um gajo a gemer banalidades e uma gaja a rebolar indecentemente. O resto, diria um Casimiro de Pina, thank you!

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