domingo, 6 de abril de 2014

Luso-qualquer-coisa

Duas expressões que não gosto: luso-angolano e afro-americano. Para não dizer que a pessoa é americana e preta, como relaciona-se o preto com uma certa conotação negativa ou medo de vestir a pele de racista, inventaram a afro-americana. E, pronto, o mal já está corrigido!, do tipo "eu disse a pessoa é americana e negra mas não fui racista". Porquê que não conheço a "indio-americana" ou uma outra expressão qualquer que designa um americano branco? Ignorância minha.

Por cá, nos meios jornalísticos principalmente, se o português for preto e bem sucedido, ele é português simplesmente ou luso-português. Mas se se trata de um assalto ou de uma outra actividade ilícita de um português preto, o termo luso transforma-se no "indivíduo de origem africana", o que equivale ao termo "afro-português".

Para mim, o indivíduo é angolano ou português. Ou as duas coisas. O termo em si até pode ter algum sentido mas usar o luso-qualquer-coisa quando nos convém é cinismo e muitas vezes racismo camuflado.

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