segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Vasco da Gama e os 600 tumultuosos

Às vezes dá-me vontade de ter "aquele dedo do meio" bem gigante para hasteá-lo na cara de muito boa gente mas, hoje em dia, delicio-me com a ignorância em vez de tentar combate-la. A ignorância, na maioria das vezes, tem piada. E muita piada, principalmente ao ver os "sabichões" a chafurdarem na própria lama.

Lembro-me agora de uma blogger anti-kizomba cá da banda que, em vez de criticar a música ou o estilo musical, limita a criticar a gentalha, a sua roupa, pintura, cabelo, unhas de de gel, pimbalhices e por aí fora. Fico numa espécie de wtf?, tu afinal não gostas de kizomba ou da gentalha do bairro? 

Ainda bem que o mundo ainda não se transformou num grande bairro de lata mas felizmente ele ainda está longe de ser um grande condomínio de luxo das betinhas. 

Dito isto, se eu fosse um teeneger português de origem africano não ia(o meu amigo defende o contrário) a nenhum meet ou seja lá o que for do género em Portugal porque as televisões principalmente e os jornais portugueses estão sedentos de mostrar uma cara preta e relacioná-la com confrontos, tumultos e por aí fora. Depois disso tudo, quem faz os comentários na televisão, jornais e por aí fora? Mas quem?! Até parece que a "origem africana" só brota criminosos aqui na terra lusa e nunca um intelectual, advogado, sociólogo etc.

Muitos estão a ignorar um facto evidente: porquê que hoje em dia a kizomba está na moda em Portugal? Porquê? Aqui no Porto, por exemplo, vou ao Number One encontro 10 portugueses por cada 4 africano lá dentro e é comum ouvir no meio cabo-verdiano que "Number gosi sta só pula"(Number agora está a ser frequentado só pelos portugueses). Mais uma vez, insisto: porquê?

Há uns tempos atrás, estava a ouvir a entrevista da estilista Fátima Lopes em que ela explicou como é que o poderio económico de Angola estava a influenciar(e de que maneira!) a moda em Portugal. Igualmente vi uma reportagem na SIC sobre os maiores consumidores de produtos de luxo aqui. E adivinhem quem são? Angolanos. Como penso que todos estão a par da realidade não vou falar da influência de família Santos(alguém não sabe quem é a Isabel dos Santos?) em Portugal. 

Mural da história: a presença africana, para o bem e para o mal, em Portugal é factual e não há que ter medo dela; há que ter em conta a existência de portugueses pretos e eles pertencerão a esta nação(e já agora, eles terão filhos!); há que saber tratar esses "600 tumultuosos" e outros tantos que não foram a esse meet

Rotulá-los, catalogá-los, xingá-los etc, o melhor seria mobilizar o Exército Português porque terão muito com que lutar. E cuidado que há "africanos" no exército e poderão não querer combater o "irmão".

Há que mudar a mentalidade!

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