segunda-feira, 20 de abril de 2015

Cemitério dos vivos


Em 2014, a propósito do lançamento do livro Eu Sou Porque Tu És - A história da Academia Ubuntu, desafiaram-me a escrever um artigo a propósito da entrevista que, em conjunto com mais três colegas, fiz ao António Guterres enquanto o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

Ao longo do artigo, como cabo-verdiano e africano emigrante, falei da minha experiência e da forma como encaro e vejo o mundo, principalmente a Europa, a encarar com uma certa indiferença o drama que se vive no Mediterrâneo. E saiu-me a expressão cemitério dos vivos que nem sequer sei de onde veio.

Hoje, dia que o mesmo drama é notícia em jornais por todo o mundo (exemplos aqui, aqui, aqui e aqui), mais do que lamentar, muitas vezes com lágrimas de crocodilos, é preciso reflectir sobre as causas e prevenir esse flagelo. 

Quem desestabilizou a Líbia e outros países que causam essas emigrações ilegais? As empresas ocidentais não estão nesses países e nos lugares onde estão esses radicais a negociar os recursos com eles?

A meu ver, o mal que se instalou actualmente no mundo é que os homens passaram a se preocupar mais com o dinheiro do que com a vida. E o cinismo que se vive actualmente na Europa é um exemplo típico.

2 comentários:

  1. MEU AMIGO, ESTAMOS EM PLENA ERA DOS FUNDAMENTALISMOS - ECONÓMICOS E RELIGIOSOS E OXALÁ QUE NÃO REGRESSEMOS `A IDADE MÉDIA E À CAÇA ÀS BRUXAS, EM NOME, SABE-SE LÁ, DE QUE FUNDAMENTALISMO ÉTICO...O CINISMO EUROPEU, POR ISSO, NÃO É DIFERENTE DE OUTROS CINISMOS ÉTNICOS (VIDÉ ÁFRICA DO SUL), NUMA PARANOIA UNIVERSAL QUE NOS LEVARÁ AO APOCLIPSE BIBLICO SE A HUMANIDADE NÃO PARAR UM POUCO, PARA REPENSAR ESTE PRESENTE SEM FUTURO!
    Braça
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    1. Concordo com essa proposta de repensar. Eu acho que o caso da África do Sul é um exemplo típico de que a discriminação e violência aos imigrantes não se fazem só de brancos em relação a pretos cá na Europa. Em Cabo Verde, os "mandjacos" são os nossos sacos de pancadas.

      Enquanto ser humano, esses comportamentos envergonha-me.

      Abraço

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