segunda-feira, 22 de junho de 2009

Entrevista com o ministro da cultura de CV

Antes de mais, vale a pena ler esta entrevista no seu integral em :
http://www.cultura.gov.cv/index.php?option=com_content&task=view&id=128&Itemid=33

A entrevista é interessante, queria destacar os seguintes:

"
Qual o seu posicionamento em relação a isso? (É uma daquelas matérias que para ser aprovado/Oficializado precisa de dois terços dos deputados…).

Devemos ter a humildade e a clarividência suficientes para saber que, não havendo maioria qualificada, na actual legislatura, a oficialização da língua caboverdiana (LCV) exige a procura de consenso com a sociedade e com todas as forças com assento parlamentar"

"O ALUPEC é um estudo científico. É normal que, num sistema democrático, haja discordância. O que os utilizadores do ALUPEC reclamam é que os defensores de um outro modelo de escrita para a LCV apresentem um estudo sistematizado e aprofundado para ser comparado e avaliado em relação ao ALUPEC. Não é uma atitude científica ser contra com argumentos falaciosos ou, então, sem alternativa válida. Eu devo afirmar, com conhecimento de causa, que hoje, em Cabo Verde, o único modelo de alfabeto estruturado para a escrita da LCV é o ALUPEC. Os que reclamam o modelo etimológico estão equivocados.
Não se pode, com propriedade, pertinência, funcionalidade e economia, escrever uma língua com base no alfabeto de uma outra língua, sem nenhum estudo de sistematização. Os anticorpos em relação ao ALUPEC são precisamente o facto de ele ser um sistema estruturado em debate com um não-sistema"

"Quando começa o Programa “Pa Le i Skrebe Lingua Kabuverdianu” (Para Ler e Escrever na Língua Cabo-Verdiana (Que propósitos estão na sua raiz/Ganhos que trará/Porquê)?

O programa deve começar brevemente. Já foi produzido. Neste momento faltam apenas alguns acertos com as instituições de difusão. É bem possível que quando esta entrevista for publicada, o programa esteja já no ar"

No meu entender, ele deixou bem claro que o crioulo não foi oficializado porque o PAICV não tem deputados suficiente. Mas eu pergunto, de quem é CV? É isso que dá ter certas pessoas a desempenharem certos cargos políticos. Eu perante esta situação só me resta dizer que caso o crioulo for oficializado sob estas condições precárias, os meus filhos nunca estudarão numa escola pública de Cabo Verde. Só lamento às outras pessoas que votaram e que sem os seus consentimentos vão ter que ficar sujeitos às experiências destes "SIENTISTAS". Os caboverdeanos não votaram para ter esses senhores "carniceiros" no poder. Para quê tanta pressa com a oficialização do crioulo se temos muitos assuntos urgentes pendentes? Enfim, somos caboverdeanos e estamos habituados a essas coisas. Mas tenho um aviso para estes senhores: Não brinquem com o nosso povo e nem abusar das nossas paciências porque se o vulcão terá de explodir vão pagar muito caro.



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