segunda-feira, 26 de abril de 2010

Uni-CV, cuidado!


"Lemos num periódico nacional que Cabo Verde irá «aderir» ao chamado processo de Bolonha. Não sabemos se a informação é exacta ou se ela terá sido retirada do contexto discursivo do responsável governamental que é mencionado na notícia (estranhamente, não o ministro do ensino superior mas o da educação), mas devemos presumir que as notícias editadas têm fundamento de verdade.

Até hoje terá havido entre nós um ou dois encontros muito localizados e restritos para debate do tema que, noutras paragens, se tem revelado objecto de polémicas várias e de uma avaliação nem sempre consensual. O ensino superior em Cabo Verde está longe de estar numa situação de estabilidade, em termos de percurso feito e de opções de modelos institucionais, é fenómeno relativamente novo e, visivelmente, mostra-se atravessado por fraquezas de toda a ordem, da qualidade do ensino ministrado à consistência das estruturas curriculares, passando pela fraca produção científica ou técnica das instituições existentes e pela quase ausência de efectivas e consistentes instâncias de fiscalização científica e técnica, sem falar. Há estabelecimentos de ensino superior que ministram cursos para os quais não estão minimamente apetrechados ou vocacionados, nem do ponto de vista de equipas docentes, nem de uma perspectiva de meios técnicos e materiais. Há docentes no ensino superior e em determinados cursos sem os requisitos mínimos de qualidade e preparação - científica, pedagógica ou técnica - para o efeito. Há, reconhecidamente, em alguns casos, verdadeira importação de «lixo universitário» sem que se veja alguma medida de contenção ou de prevenção do fenómeno. Há equívocos tremendos - juntos de responsáveis políticos mas igualmente no seio da sociedade crioula - sobre o papel e função das universidades e do ensino que neles deve ser ministrado, que, aliás, fazem compreender a complacência e a indiferença com que os poderes e as instâncias sociais e culturais acompanham e avaliam o estado actual do ensino superior, designadamente o universitário. Há - temos de o dizer, frontalmente - equívocos outros, traduzidos num, hoje, inaceitável preconceito que marca políticas nacionais e até de cooperação (falámos disso, há cerca de dois anos e tal, num colóquio sobre «cooperação Europa/África sobre o ensino superior»), e que se funda e estriba numa espécie de fetichismo do público, do estatal, esquecendo-se o que nos parece ser o essencial(repetindo-nos, é verdade):

O critério decisivo deverá ser o da qualidade global - científica, técnica e humana - das instituições: da qualidade do ensino ministrado e da investigação realizada; da relevância da sua investigação e produção técnica e científica para amplificação do saber e, inclusivamente, para a condução de políticas públicas; da sua influência na comunidade académica, nas instituições de «policy-making» e da sociedade civil. Enfim, dos resultados obtidos a esses níveis e do valor que trazem para a comunidade em que estão inseridas."JCF - Expresso das Ilhas

Comentário: "Curtinis antis di prendi anda ta cré boá", todo o cuidado é pouco nesta matéria, convém muita calma e o uso da cabeça(não o cotovelo!) se queremos chegar lá. Nesta coisa do conhecimento e o fabrico da sua casa, não funciona o elitismo, "copuletismo", padrinhagem, filhinho(a) do papá entre outros ismos que estamos habituados, simplesmente funciona um árduo trabalho.

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4 comentários:

  1. Com que entao, uma vez mais nao percebeste nada! A incompreensao na comunicaçao é dos diabos!

    Oh rapaz eu queria precisamente dar-te razao nessa historia da unanimidade mandando uma indirecta ao outro que fez que nao te entendeu e quis dar-te liçao do que é unanimidade.

    Razao pela qual preferi usar a expressao de esmagadora maioria que é quase um sinonimo de unanimidade, para lhe fazer entender que era isso que querias dizer..

    Mas percebo a tua reacçao pois tinhas ficado ressabiado no nosso anterior debate!...

    Honestamente o que nao percebo é que gente que perceba de termodinâmica, microbiologia, ecologia e matematica se enterre assim dessa matéria.

    Para mim, é um dilema...Nao, rapaz nao sei tudo, nem gostaria e é impossivel!...

    Al Binda

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  2. Al Binda,

    Pelos vistos conseguiste mesmo, conseguiste revolucionar o modo de pensar de muitos internautas, hoje és clamado por estas bandas.

    Sei que não sabes tudo. Aprendi contigo a provocar também, percebeste isso?

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  3. Nao estejas a desconversar! Meteste o pé na poça! Admite que estavas ressabiado e cego e uma incompreensao de texto fez-te deitar todo o veneno que te ia dentro. Nao, nao foi provocaçao, foi muito fel..

    So que te esqueceste que ainda ha duas semanas dizias que guardavas tudo o que eu escrevia, que eu era isto e aquilo...

    A cegueira e muita emoçao mata o que temos de racional.

    Adeus jovem!

    Al Binda

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  4. Esta foi boa!

    Boa viagem! Havemos de encontrar por aí na netosfera, uma coisa não tem necessariamente a ver com outra:P

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