sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Honoris Causa que nos convém

Há pouco mais de um mês, assisti no auditório da FEUP uma conferência sobre os novos paradigmas com o senhor Mário Soares e o professor Adriano Moreira. O que ouvi o professor Adriano Moreira a falar de Cabo Verde, encheu-me de orgulho, até ele confessou que é "suspeito" para falar de Cabo Verde. Dei comigo a perguntar para o meu amigo: 
- O gajo é cabo-verdiano? Só que no decorrer da conferência é que percebi que o homem não era cabo-verdiano mas uma coisa confesso-vos, o homem é apaixonado por Cabo Verde como poucos cabo-verdianos. 

Com isto, não quer dizer que defendo ou não a Honoris Causa que lhe foi atribuído pela Universidade do Mindelo. Há coisas que devemos analisar as duas faces da moeda e as aresta. Sem esquecer que várias variáveis determinam a queda da moeda. O problema é que poucos perceberam isso.

Pessoal, podia estar aqui um português a criticar a Honoris Causa do Pedro Pires que, a meu ver, é exactamente igual a do Adriano Moreira. Não devemos orgulhar da Honoris Causa que nos convém. Eu podia criticar a nossa relação com a NATO e ONU. E o Nobel da Paz do Obama? Tenho n razões para comparar mas vou ficar só com um pequeno comentário do Paulino Dias aquando do "Nada Aprendeu" do Pedro Pires:

"A análise é superficial, parcial, descontextualizada e fere princípios básicos de análise histórica. Se fôssemos por este prisma, hoje a Europa (entre as quais Portugal!!!) não estaria a implorar aos alemães que segurassem a coisa na Zona Euro, depois de tudo o que a Alemanha fez durante a Segunda Guerra Mundial".

Pois é meus caros, o Paulino Dias abriu os meus olhos a partir daquele dia e mudei um pouco a maneira de encarar as coisas, ou seja, "um lugar para cada coisa, cada coisa no seu lugar". Sim, somos uns pobretões com a mania de grandeza, infelizmente, quando somos é pobres não temos a voz nem posição, apenas obedecemos. É a lei da selva, os poderosos fazem história e escrevem, os pobres obedecem a história, lendo-as. 

Sem esquecer que Cabo Verde tem uma relação extremamente forte com Portugal, sendo que este país exerce um papel fundamental na construção e sedimentação da nossa democracia. Pessoal, a influência de Portugal em Cabo Verde não é só económica, é CULTURAL! Perceberam? CULTURAL! O Adriano Moreira teve um papel nessas influências quer na abertura do Campo de Tarrafal, quer na abertura do Campo Europeu.

Para já afirmo, esta polémica é desnecessária!

Ai se vivêssemos das memórias! Vivemos das histórias em que os fortes fazem e os fracos obedecem, não há volta a dar nisto páh!
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3 comentários:

  1. A lucidês não é, afinal, patromónio dos mais velhos...
    Zito Azevedo

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  2. Mesmo assim ainda conheço uma pessoa com outra opinião, bem diferente.

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  3. Obrigado Zito!

    Dai, infelizmente, não agradamos todos. Devemos respeitar a história e memória mas, acima de tudo, devemos, "situar" essas mesmas coisas ;)

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