domingo, 26 de outubro de 2014

"Isto é real

Já me sinto perdido e sem rumo neste mundo
Desertado, longe dos meus amigos e famílias
Aqui vou eu aventurando num mundo triste e distante
A lua e as estrelas são testemunhas do meu dia-a-dia
(Lágrimas frias percorrem a minha face)

Em calçadas que andei, as águas que molharam meu sapatos,
Embrulhado no casaco e com goro na cabeça
Virei para as estrelas que pareciam brincar entre si,
Enquanto aguardava a mudança do sinal no semáforo,
Dei por mim a tremer internamente de saudades

Não aguentei de pé mas sentar não era a solução
Continuei a andar pela rua fora sem rumo
Dei por mim perdido nesta cidade diferente
Onde não há candeeiros nem burros a zurrar
(Percebi que estava no meio dos carros)

Voltei a casa à meia noite e triste
Com certo ânimo no peito, acreditei num dia melhor

A circulação dos carros era mais calma
Algumas mulheres à beira da estrada exibiam pernas
Estava mesmo soluçando mas frio e calmo

Atravessei uma estrada secundária,
Entrei numa rua deserta
A chuva começou de novo, limpando minha cara
Um pouco de calma invadiu o meu corpo
(Toquei a campainha, fui directo à cama com fome
Está comida mas não o apetite, assim como corpo se alma).

                                    Mr. Vadaz
                                    29/05/07 - Rua Álvaro de Castelões"

Não preciso dizer o quê que falou nesse momento enquanto percorria a Invicta num dia cinzento.

2 comentários:

  1. Situações actuais em que caminhamos perdidos no ambiente citadino.
    A solidão cria raízes que nos sufocam.

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