sábado, 22 de novembro de 2014

Fenómeno Zé Espanhol: uma pequena análise

Antes de mais, para que não haja confusão e o respeito pelo paladar alheio, trata-se de uma reflexão e não tem nada de científico, pois eu não sou nenhum cientista social e não possuo ferramentas adequadas para desmontar o sucesso Zé Espanhol numa sociedade que se quer brotar de esclarecida e alfabetizada.

Até há bem pouco tempo, eu era um implacável - e continuo a ser, embora numa perspectiva global e contextual - do "estilo actual" de funaná começado pelo Kid aka Duku Dja Ben e eternizado pelo Zé Espanhol. E, já agora, também seguido pelo Lejemea.

Aquando da homenagem do Zé Espanhol (olha o estado em que chegámos!) um amigo e, obviamente, leitor deste blogue, sugeriu-me que aceitasse a derrota por duas essenciais razões: primeiro, 95% de Cabo Verde(amostra populacional da ilha de Santiago) ouve o Zé Espanhol e, segundo, o gajo já é um homenageado em Cabo Verde, além de representar o país num festival internacional. Verifiquei os factos e fiquei "assim-assim"  like a Princezito: "nka sabe se é mi ki é bakan, ou se é storia ki sta mal kontadu". Ayan, além disso, certa vez, numa discussão com uma conceituada jornalista, poetisa, cá da praça, e com um gosto requintado pela música, arte e literatura(lá está, desconfie sempre dos gostos do Facebook), nesse palco que invadiu até a cama dos berdianos, li elogios ao artista da moda que até fiquei com urticária na pele. Pensei logo: "cá por mim, és uma ganda azeiteira armada em chic". Contive, afinal fui eu a fazer-lhe o "pedido de amizade".

Ayan, como um comedido e, lá está com os braços todo partido, não sendo o "senhor da verdade", lancei-me ao desafio de perceber esse fenómeno. Acreditem que não foi fácil porque, como diria o meu amigo, Protágoras é um santo! A fixação da minha residência em Lisboa ajudou-me. E bastante. 

Cheguei à conclusão que esse fenómeno só é um sucesso porque é um espécie de um híbrido "basocultralizacional". Dito de uma outra forma, é um sucesso porque mistura a bazofiaria crioula, principalmente do imigrante cabo-verdiano, com a música tradicional no contexto de um mundo globalizado.

Nos próximos textos serão desenvolvidos cada um dos três tópicos: basofaria crioula, música tradicional e mundo globalizado, no contexto do sucesso de fenómeno Zé Espanhol.

2 comentários:

  1. Fazes tantos elogios ao Zé pah, que tenho por mim que muitas pessoas foram ver quem é este depois dos teus artigos :D . Estás a dar mais fama ao gajo. Há tempos até comentei com uma pessoa que compreendo porque muitas pessoas gostam de ouvir esses gajos a cantar lá fora. "Se calhar eu também ouviria" - disse-lhe, sem pensar na tamanha burrada que saia pela minha boca...por aqui...esforço-me em compreender, mas ainda não cheguei lá. Não devo ter os skills necessários para tal observação. Enfim, fico no aguardo de mais textos bem humorados, não querendo dizer que não espelham a verdade.

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    1. Crioula, aqui em Lisboa, e pelos vistos em CV também, o Zé não precisa que eu lhe dê famas heheh

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