segunda-feira, 19 de março de 2012

Guiné-Bissau: Sinagoga do PAIGC

Segui as Eleições Presidenciais Antecipadas na Guiné-Bissau(GB) através do blogue Ditadura do Consenso do jornalista António Aly Silva e, confesso, embora de forma muito suspeito, não percebo porquê que o PAIGC, um partido que pertence à história da Guiné-Bissau e dos bissau-guineenses, teimosamente, os mantêm num cerco fechado condenados ao fracasso e ao cemitério. 

É por esta liberdade que o Amílcar Cabral morreu? Como é possível estar-se matar sucessivamente na Guiné-Bissau sem que ninguém pode pôr cobro à situação? Porquê que se morre à fome lentamente na Guiné-Bissau e só vemos múltiplos candidatos ao poder que, provavelmente, acabarão todos na boca de um kalashnikov?

No meio disso tudo, a CDEAO, a CPLP e a ONU devem estar a gozar com cada cadáveres de um militar e de dirigentes que jazem no solo que pariu pessoas maravilhosas, humildes e trabalhadoras como muitos guineenses que conheço tanto em Cabo Verde como aqui em Portugal. É claro que o guineense é a única pessoa capaz mudar esta situação, ou melhor dizer, os dirigentes do PAIGC, a começar pelo reconhecimento de incapacidades para dirigir um povo tão nobre e um país rico tanto culturalmente como mineralmente. Subscrevo as palavras do historiador, Julião de Sousa, para dizer que esse país está estruturalmente desorganizado.

É claro que é utópico e ia causar um certo desconforto, principalmente, junto dos camaradas formatados se eu disser que o PAIGC deve ser extinguido imediatamente; que é uma desculpa para manter a GB como um país fantasma; que é usar o nome do Amílcar Cabral e dos valentes guerreiros que deram as suas vidas para formar uma pequena elite no meio de tanta pobreza; que é usar o nome indevido de Cabo Verde(porra!, já é hora desses caducos do PAIGC ultrapassarem a luta armada e a libertação, a GB precisa de uma outra resposta!); que é uma forma de afastar os bons e qualificar os péssimos(sim!, conheço muitos bons quadros guineenses com vontade de regressar para contribuir mas infelizmente o país está entregue aos bichos do mato)..., enfim o PAIGC, no fundo deve acabar.

Por último, desejo que a GB encontre a sua paz e que o país se transforme no país dos seus filhos. Mas como pedir a paz na GB sem uma mudança corajosa? Como ter uma mudança corajosa no meio da fome e da pobreza? 

É engraçado a ONU pedir que se vote civilizadamente no meio da guerra? É espectáculo que vocês querem? O PAIGC é um óptimo palhaço para dar aos guineenses e o mundo este triste espectáculo!

Imagem: Cadáver de amba Djalo, ex-chefe da Contra-Inteligencia Militar assassinado na noite de 18 de Março, ou seja, na noite de Eleições Presidenciais Antecipadas.

2 comentários:

  1. Caro mrvadaz, a Guiné-Bissau é bosque dos teimosos e incompetentes dos PAIGC. Enquanto não forem banidos da memória colectiva, o povo guineense viverá para sempre no sobressalto de um suposto clima de paz. Sinto tamanha tristeza pela potencialidade deste rico país... Vamos para pasárgada de um tempo roubado. 

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