Segui as Eleições Presidenciais Antecipadas na Guiné-Bissau(GB) através do blogue Ditadura do Consenso do jornalista António Aly Silva e, confesso, embora de forma muito suspeito, não percebo porquê que o PAIGC, um partido que pertence à história da Guiné-Bissau e dos bissau-guineenses, teimosamente, os mantêm num cerco fechado condenados ao fracasso e ao cemitério.
É por esta liberdade que o Amílcar Cabral morreu? Como é possível estar-se matar sucessivamente na Guiné-Bissau sem que ninguém pode pôr cobro à situação? Porquê que se morre à fome lentamente na Guiné-Bissau e só vemos múltiplos candidatos ao poder que, provavelmente, acabarão todos na boca de um kalashnikov?
No meio disso tudo, a CDEAO, a CPLP e a ONU devem estar a gozar com cada cadáveres de um militar e de dirigentes que jazem no solo que pariu pessoas maravilhosas, humildes e trabalhadoras como muitos guineenses que conheço tanto em Cabo Verde como aqui em Portugal. É claro que o guineense é a única pessoa capaz mudar esta situação, ou melhor dizer, os dirigentes do PAIGC, a começar pelo reconhecimento de incapacidades para dirigir um povo tão nobre e um país rico tanto culturalmente como mineralmente. Subscrevo as palavras do historiador, Julião de Sousa, para dizer que esse país está estruturalmente desorganizado.
É claro que é utópico e ia causar um certo desconforto, principalmente, junto dos camaradas formatados se eu disser que o PAIGC deve ser extinguido imediatamente; que é uma desculpa para manter a GB como um país fantasma; que é usar o nome do Amílcar Cabral e dos valentes guerreiros que deram as suas vidas para formar uma pequena elite no meio de tanta pobreza; que é usar o nome indevido de Cabo Verde(porra!, já é hora desses caducos do PAIGC ultrapassarem a luta armada e a libertação, a GB precisa de uma outra resposta!); que é uma forma de afastar os bons e qualificar os péssimos(sim!, conheço muitos bons quadros guineenses com vontade de regressar para contribuir mas infelizmente o país está entregue aos bichos do mato)..., enfim o PAIGC, no fundo deve acabar.
Por último, desejo que a GB encontre a sua paz e que o país se transforme no país dos seus filhos. Mas como pedir a paz na GB sem uma mudança corajosa? Como ter uma mudança corajosa no meio da fome e da pobreza?
É engraçado a ONU pedir que se vote civilizadamente no meio da guerra? É espectáculo que vocês querem? O PAIGC é um óptimo palhaço para dar aos guineenses e o mundo este triste espectáculo!
Imagem: Cadáver de amba Djalo, ex-chefe da Contra-Inteligencia Militar assassinado na noite de 18 de Março, ou seja, na noite de Eleições Presidenciais Antecipadas.
Caro mrvadaz, a Guiné-Bissau é bosque dos teimosos e incompetentes dos PAIGC. Enquanto não forem banidos da memória colectiva, o povo guineense viverá para sempre no sobressalto de um suposto clima de paz. Sinto tamanha tristeza pela potencialidade deste rico país... Vamos para pasárgada de um tempo roubado.
ResponderEliminarFico triste com este episódio.
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